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Em uma hora, a pessoa está eufórica, rindo à toa, mesmo quando a piada não tem graça. Ou então, hiperativa, sem conseguir parar de falar. Na outra, a tristeza é quase insuportável e até um comercial de televisão pode levar às lágrimas. No meio desses extremos, há períodos de calmaria, sem episódios de euforia nem de depressão. O transtorno bipolar, que afeta cerca de 1% da população mundial, é caracterizado por flutuações no humor que estão associadas a anomalias na atividade cerebral. Pela primeira vez, um grupo de pesquisadores conseguiu identificar o comportamento dos circuitos neurais envolvidos nas três diferentes fases do distúrbio. De acordo com eles, o estudo pode ser o ponto de partida para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.

Amit Anand, psiquiatra da Faculdade de Medicina de Indiana e principal autor do artigo, publicado no jornal Biological Psychiatry, explica que, por trás dos sintomas do transtorno bipolar, há uma imensa dificuldade de resposta a estímulos externos — como uma piada ou um comercial. O indivíduo que sofre do problema apresenta deficits de autocontrole, que se manifestam de diferentes formas. “Tanto a fase da mania quanto a depressiva (veja quadro) são marcadas pela impulsividade, embora isso esteja mais pronunciado no primeiro caso. É importante saber se a mudança na atividade cerebral durante esses momentos está relacionada à doença em si ou se é um efeito secundário da mania ou da depressão”, destaca.

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