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O Hospital e Maternidade de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, se encontra sem médicos obstetras, na última quinta-feira (12), não haviam nem anestesistas presentes. A unidade é referência em realização de partos na região e atende a cinco municípios que, juntos, somam quase 300 mil habitantes. 

Os hospital e maternidade encontram-se completamente vazios. Os funcionários informaram que, de acordo com a escala, não haveria médico obstetra para o plantão que vai até as 19h. Na noite anterior também não havia nenhum especialista presente. A situação é tão crítica que nem o telefone funciona, opera apenas em chamadas internas. 

Frustrado, o cantor João do Morro, que levou sua esposa Luana, grávida de oito meses e meio pela terceira vez na semana para tentar atendimento. “Fui três vezes e a resposta deles é que não tem obstetra. Minha esposa está com sangramento, com fortes dores e não foi atendida. É chato, constrangedor passar por essa situação. A gente só quer ser atendido. Uma maternidade sem obstetra, eu só quero saber por que ainda está aberta”, reclamou o artista. O casal decidiu ir ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Recife.


O protocolo seguido pelos funcionários da maternidade é informar que as gestantes procurem o Hospital Tricentenário, em Olinda. Foi osso que a dona de casa Zara Martins, grávida de oito meses ouviu ao chegar na instituição. Ela mora em Igarassu, um dos municípios que conta com o atendimento da maternidade de Abreu e Lima para atender suas grávidas. 

“Estou com dor desde as 5h. Me mandavam vir para cá, mas está sem obstetra. É um descaso.” Esbravejou. Acompanhada por sua mãe, Maria do Carmo Martins, acompanhou a filha na revolta. “Minha filha está entrando no oitavo mês, pode ser uma gravidez de risco e acontece isso. É essa a situação da nossa situação pública.” 

De acordo com a secretária de Saúde de Abreu e Lima, Sônia Arruda, a falta de recursos é a causa da falta de médicos na unidade. "Com a chegada da crise, mantivemos o salário-base de todos os médicos, mas não tivemos condições de manter a gratificação de R$ 1.500 que era paga. Voltamos a pagar o salário-base de R$ 5.500 e alguns profissionais começaram a pedir demissão. Fizemos uma seleção simplificada em janeiro, mas muitos selecionados, com contratos assinados para começar a trabalhar no dia 1º de fevereiro, não compareceram para assumir os seus plantões. Estamos com vários plantões abertos na maternidade", explicou. Segundo ela, não há anestesia na unidade desde outubro de 2015. 

Sônia afirmou que a Prefeitura já procurou o Governo do Estado para falar sobre as dificuldades financeiras enfrentadas na unidade. "O Estado tem se mostrado aberto à discussão, mas não avançamos ainda na questão dos recursos", falou. A secretária garante que, apesar do mal momento, até o dia 31 de maio novos obstetras e neonatologista já devem estar contratados.


Matéria: Joyce Dias - Jornal O Publicador

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