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A melhor forma de curtir 2013 é manter as contas equilibradas. Os consumidores não podem esquecer que o mercado financeiro não brinca em serviço e está com toda a estrutura montada para cobrar o que é devido – sem dó nem piedade. Embebidos pelo clima natalino, muitos se esquecem que o ano novo chegará com uma penca de despesas. E, junto com elas, o risco de inadimplência. Para não se tornar vítima de escolhas equivocadas, é importante eleger prioridades e começar pagando os débitos mais caros e de difícil negociação. É o caso dos tributos. Alguns com multas de até 15% sobre o valor devido em caso de atraso.

O economista Roberto Vertamatti, presidente do conselho da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), recomenda cuidado e dá dicas de como escolher as melhores formas de pagamento. "Existem saídas para não mergulhar no escuro e não viver mais um ano de drama do começo ao fim", afirma. Ele lembra que, após os gastos com as festas de fim de ano, os consumidores empolgados se defrontam com dívidas compulsórias com tributos, como IPVA, IPTU, seguro obrigatório do carro, além da taxa de licenciamento de veículos, material e matrícula escolares. A rotina inclui alimentação, água, luz, telefone, gás, serviços de empregada e ou diarista, às vezes reformas da casa, algumas delas não planejadas. Na hora de quitar tudo, pode faltar dinheiro.

Apesar da quantidade de compromissos, não entre em pânico. Em primeiro lugar, se for constatado que o salário não será suficiente para cobrir as despesas totais, e se realmente for preciso fazer um empréstimo, o recomendado é o crédito consignado, com juros ao redor de 25 % ao ano. “É a linha de empréstimos mais barata do mercado, porque é feito com a concordância das empresas e os bancos têm como garantia a renda mensal do trabalhador. No caso dos aposentados, a garantia é o que recebem da Previdência Social”, explica Vertamatti. Se ainda encontrar dificuldade ou estiver com o nome sujo na praça, procure linhas mais flexíveis, como o microcrédito (taxa de 1,5% ao mês) ou o penhor de joias da Caixa Econômica Federal, com encargo de 1,7% mensal.

Dora Ramos, especialista em contabilidade e controladoria e diretora da Fharos Assessoria Empresarial, ressalta que o Natal sempre ocupa grande espaço na agenda e, principalmente, no orçamento das pessoas. Com renda extra, por conta do 13º salário, o costume é participar dos famosos amigos-secretos e presentear familiares e amigos. “O que muitos esquecem, no entanto, é que o ano novo não representa mudança alguma para as finanças. Uma dívida feita sem planejamento pode comprometer o orçamento de muitos meses”, reforça.

Saúde financeira

Ano-novo só é bom com muito dinheiro no bolso e saúde financeira para dar e vender. Esse, porém, é o maior desafio para milhões de brasileiros. Para fazer 2013 ser diferente, especialistas da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) orientam: registre, mês a mês, os compromissos do ano (aniversários, datas comemorativas e pagamento de tributos). Para cada evento, defina o valor a ser gasto. Se tiver prestações já assumidas, inclua-as no orçamento. Economize energia elétrica, água, alimentação, telefone. Faça reuniões com a família, inclusive as crianças, e converse sobre os sonhos realizados e os sonhos que querem realizar nesse e nos próximos anos. Por fim, registre quanto custam esses sonhos, quanto será guardado para tal objetivo e por quanto tempo.

Dicas para evitar o endividamento de início de ano

1. Pague o IPTU à vista. O parcelamento é indicado somente para quem não tem recursos. Atraso significa multa de até 15% do valor

2. O desconto do IPVA para pagamento à vista pode chegar a 5%. Neste caso, vale a pena usar os recursos depositados na caderneta de poupança ou em fundos de renda fixa, que, atualmente, têm rendido em média 0,42% ao mês, abaixo da inflação

3. Taxa de licenciamento e seguro obrigatório devem ser pagos em uma única parcela

4. Os custos com educação devem ser calculados. O ideal é negociar com a instituição de ensino um parcelamento da matrícula. Se tiver algum problema financeiro e ficar sem condições de quitar a mensalidade, procure a escola e renegocie a dívida

5. Se puder compre material escolar à vista, pois os descontos podem chegar a até 10%. Se optar por parcelar no cartão de crédito, não atrase o pagamento, pois os custos são da ordem de 230% ao ano

6. É importante não ficar inadimplente com o convênio médico para evitar o corte no atendimento. E, se os remédios pesarem demais no orçamento familiar, procure programas de fornecimento público

7. Um endividamento do qual o consumidor deve fugir sempre é o rotativo do cartão de crédito. Os juros são absurdos – chegam a 600% ao ano

8. Fique de olho na anuidade do cartão de crédito. Busque alternativas para evitar a taxa de manutenção. Caso o banco ou a operadora não permita, negocie com outra instituição ou empresa

9. Tarifas bancárias merecem especial atenção. Tente reduzi-las ou até eliminá-las

10. Muito cuidado com as compras supérfluas. Lembre-se que pequenos gastos desnecessários acabam somando um bom dinheiro no fim do mês

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