Quando o chefe da Igreja católica renuncia a sua função ou morre, seu
sucessor é eleito pelos cardeais reunidos em conclave na Capela Sistina,
onde ficam isolados do mundo exterior.
Durante seus dois mil
anos de história, a Igreja Católica modificou várias vezes as
modalidades para a designação de um Papa até chegar tardiamente à
fórmula atual do conclave. Nada no Evangelho indica como escolher o
sucessor do Santo Padre.
A intervenção de soberanos, de grandes
famílias, ou até da força armada na escolha dos Papas levou Nicolau II a
reagir publicamente em 1060, publicando a bula In Nomine Domini. Este
texto codificou permanentemente a eleição dos Papas, que ficou a cargo
exclusivamente dos cardeais.
Em 21 de novembro de 1970, Paulo VI
definiu as características atuais do colégio eleitoral: a idade limite
de um cardeal para participar da eleição é de 80 anos, e no número
máximo de cardeis eleitores é 120. João Paulo II confirmou essas regras
em fevereiro de 1996 em sua constituição apostólica "Universi Domini
Gregis".
Nos últimos anos, a internacionalização crescente do
colégio de cardeais tornou cada vez mais aleatório qualquer previsão
sobre a escolha do conclave.
A eleição de um Papa deve acontecer
distante de toda pressão externa, para isso, o enclave (cum clave) fica
isolado do mundo exterior.
Este isolamento existe desde 1271
quando, em Viterbe (Itália), os cardeais, sem conseguir chegar a um
acordo para escolher o sucessor de Clemente IV, foram presos pelos
cristãos, que os mantiveram apenas com pão e água, para incitá-los a
eleger rapidamente um novo Papa.
O eleito, Gregório X, institui esta prática como regra, a exceção do regime de pão e água.
Atualmente,
mudanças especiais foram realizadas no Vaticano a fim de assegurar o
isolamento dos "grandes eleitores", mas também para permitir o mínimo de
conforto durante a duração do conclave, já que vários deles são idosos.
Os
cardeais entram em conclave em no mínimo 15 dias e no máximo 20 dias
após a morte ou renuncia de um Papa. Eles passam em cortejo da Capela
Paulina até a Sistina. Em seguida, as portas são fechadas, as chaves
retiradas, e o isolamento é assegurado pelo cardeal carmelengo no
interior, e pelo prefeito da Casa Pontifícia no exterior.
Os
cardeais não têm o direito de votar em si mesmo e devem, um de cada vez,
prestar juramento de respeito ao voto secreto e de aceitar o resultado.
Eles juram igualmente que aquele entre eles que for eleito não
renunciará jamais a reivindicar a plenitude dos direitos de pontífice
romano.
A eleição acontece na Capela Sistina, com duas votações
de manhã e duas à noite. As cédulas de voto são queimadas. O cardeal
eleito é aquele que recebe pelo menos dois terços dos votos. Em caso de
impasse, uma votação pela maioria absoluta é possível.
Quando o
resultado é alcançado, o decano dos cardeais imediatamente pergunta ao
eleito se ele aceita a eleição. Se este for o caso, torna-se Papa e sua
jurisdição estende-se imediatamente para o mundo católico.
O novo Papa deve declarar o nome que ele escolheu como pontífice.
Durante
o processo de votação, uma espécie de fogareiro é instalado na Capela
Sistina para informar a multidão de fiéis, tradicionalmente reunida na
Praça de São Pedro junto com o batalhão da imprensa, sobre o resultado
da votação. Se a fumaça é preta, não há eleito. Se a fumaça é branca, um
novo Papa foi escolhido.
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