A seca que atinge Pernambuco
irá afetar o abastecimento de água nos próximos meses na Região
Metropolitana do Recife (RMR). Em coletiva de imprensa realizada na
tarde desta quinta-feira (28), a Secretaria de Recursos Hídricos e
Energéticos de Pernambuco (SRHE), junto com a Agência Pernambucana de
Águas e Clima (Apac) e a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa),
apresentou dados dos sistemas de barragem que fornecem água para os
municípios pernambucanos. Nesta sexta-feira (1º), a partir das 8h, as
regiões planas do Recife e Jaboatão dos Guararapescomeçam a fazer parte do rodízio no recebimento de água.
A Compesa dividiu a RMR em dois setores, o primeiro com um total de 38
bairros da Zona Leste e o segundo da Zona Oeste, com 44 bairros. O
sistema será de 20 horas com abastecimento e 28 horas sem água em cada
setor, o que representa, de acordo com o secretário de Recursos
Hídricos, José Almir Cirilo, um dia com água e outro não. A partir desta
sexta (1º), o setor 1 receberá o abastecimento, enquanto o setor 2 fica
sem água. A Compesa informou que a lista completa com os bairros será
divulgada no site do órgão.
O secretário de Recursos Hídricos explicou o motivo desse período de
racionamento na RMR, que deve durar até o mês de maio. "Nós temos
acompanhado sistematicamente a evolução do nível dos nossos mananciais,
da situação dos nossos rios, e constatamos que a partir do mês de
novembro [de 2012], houve uma redução das precipitações maior do que a
gente esperava", disse. Cirilo falou ainda que, com a falta de chuvas,
as barragens sofreram uma redução no nível de abastecimento, e precisam
equilibar seus sistemas. "Por essa situação pela qual os mananciais se
encontram, mas principalmente pela barragem de Pirapama, que representa
hoje a maior sustentação de abastecimento de água da Região
Metropolitana, que nós vamos diminuir de 3,5 mil litros por segundo para
2,5 mil litros por segundo da retirada de Pirapama", ressaltou.
De acordo com o presidente da Compesa, Roberto Tavares, os locais de
morro no Grande Recife não irão obedecer ao calendário novo de
abastecimento. "Nos morros, alguns sistemas são isolados, outros
sistemas não dependem nem de Pirapama nem de Tapacurá. Então cada morro
continuará tendo o sistema de abastecimento conforme o calendário que é
divulgado no nosso site", falou Tavares.
A situação dessa seca foi comparada pela Secretaria com a vivida em
1999, um dos últimos períodos mais críticos que o estado sofreu com a
estiagem. Cirilo afirmou que foi com a construção da barragem de
Pirapama que a demanda da Região Metropolitana do Recife
foi atendida. “A demanda da RMR é de 15 mil litros por segundo, e antes
de Pirapama a Compesa fornecia para as pessoas cerca de 10 mil litros
por segundo, o que consequentemente tinha que ser obrigatório o rodízio
de abastecimento”, pontuou.
No cenário atual, o secretário esclarece que o rodízio fará com que
haja um racionamento semelhante ao de 1999, em termos de níveis de
demanda. “Estamos voltando ao estágio de normalidade antes de Pirapama,
nós vamos precisar reduzir a oferta. Embora estejamos passando por uma
situação de seca igual aquela, estamos numa situação muito mais
confortável esse ano”, contou.
GLOBO.COM
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