Barragem Pão de Açúcar vem sendo utilizada como medida de emergência. População se reuniu com autoridades para sugerir alternativas contra seca.
A cidade de Pesqueira, no Agreste pernambucano, está enfrentando o
problema da seca com uma solução emergencial. A população utiliza a água
que resta na barragem de Pão de Açúcar, que fica em terras indígenas.
"A sobrevivência da família depende dessa água e há uma preocupação
muito grande de a gente ficar sem ela", conta a professora Paula
Feitosa.
Aproximadamente 200 litros de água saem de Pão de Açúcar pelo leito do
rio, mas apenas 65 litros chegam à estação elevatória, de onde é
distribuída a Pesqueira. De acordo com o gerente da Compesa Edevaldo
Alves, não está sendo possível abastecer toda a cidade. "Não conseguimos
tirar a barragem do colapso, temos de 25 a 30% do que seria necessário
para atender o município", conta.
Em dezembro de 2012, a capacidade da barragem era de 49,88% de água. Um
mês depois, os níveis caíram 2,5%. Se continuar nesse ritmo, é possível
que não haja água na barragem de Pão de Açúcar até o fim do ano.Lideranças locais e representantes da Compesa e da Agência Pernambucana
de Águas e Clima (Apac) se reuniram com a comunidade de índios para
discutir o assunto. Durante a reunião, a população participou e sugeriu
soluções para o abastecimento. O cacique Marcos Xukuru acredita que um
novo ponto de captação garantiria que a água da barragem durasse mais.
"Poderia fazer um ponto de captação próximo à área indígena, mas fora do
território. O trajeto da água seria pequeno, cerca de 9 quilômetros.
Hoje ela percorre quase 30 quilômetros até o ponto de captação. Isso ia
diminiuir o fluxo de água saindo da barragem e íamos ter uma
durabilidade muito maior da água", explica.
O gerente da Compesa explicou ainda que a companhia vai acelerar um
projeto que pretende construir uma estação de tratamento junto à
adutora, na fronteira da área indígena, para ter mais água para
Pesqueira e economizar na retirada de fluxo da barragem.
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