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Um desfile de gigantes agitou as ladeiras de Olinda, na manhã desta segunda-feira (11). A concentração dos bonecos aconteceu no Largo da Sé ao som de uma orquestra de frevo, que esquentava os foliões. Mais de 50 bonecos, entre eles políticos, cantores, jornalistas e personagens da cultura pernambucana, impressionaram o público e fez jus à tradição dessas figuras no carnaval da cidade.
Os bonecos têm cerca de quatro metros e pesam entre 10 e 12 kg. Mas o peso maior, para os carregadores, é o da responsabilidade de manter uma tradição viva. "É calor, é pesado, mas vale a pena. A gente se sente parte do carnaval. O coração fica acelerado", contou Marlon Pereira da Luz, carregador há 10 anos. Marlon e o irmão, Cleiton Pereira, contaram que não existe uma preparação especial para o trabalho. "Para qualquer pessoa, em qualquer atividade, tem que ter preocupação com a alimentação e hidratação", completou Cleiton.
O idealizador dos bonecos que desfilaram nesta segunda, Leandro Castro, disse que existe diferença entre os bonecos que ele faz e os confeccionados pelo famoso bonequeiro Silvio Botelho. "Modelamos na argila, depois criamos uma forma em gesso, e termina com fibra de vidro", explicou Castro. "Isso dá mais expressão facial e leveza", completou. Para fazer um boneco é preciso 40 dias e a equipe é composta por seis pessoas - estilista, maquiador e artesão, por exemplo.
Artistas locais e nacionais, como Chacrinha, Reginaldo Rossi, Roberto Carlos e Tim Maia foram retratados. O líder americano, Barack Obama, e o ministro Joaquim Barbosa - um dos mais populares - também desfilaram. Um dos bonecos mais recentes, o do cantor Djavan, ficou pronto há dois dias, segundo o criador. Apresentadores famosos, como Faustão, Hebe Camargo e o narrador Galvão Bueno estavam representados.
Lissie Pereira é turista do Uruguai e está no carnaval de Olinda pela primeira vez. Ela ficou encantada com os bonecos e, assim como a maioria das pessoas, tirou muitas fotos. "Estou gostando muito, são muito bem feitos. É interessante como eles carregam e dançam ao mesmo tempo", disse, empolgada, a turista. "Acho que tem que praticar", complementou.

Foi da varanda da casa, localizada na Ribeira, que o professor Edson Falcão acompanhou a passagem dos bonecos e de outras agremiações. Para ele, a tranquilidade é a grande vantagem. "Desço, raramente. Aqui é mais tranquilo, menos quente. Já brinquei tanto, que agora prefiro ficar quieto", revelou.

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